Saúde vira caso de polícia

A espera por atendimento no Cais de Campinas chegou até sete horas seguidas ontem (25)

Postado em: 26-04-2017 às 09h00
Por: Sheyla Sousa
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A espera por atendimento no Cais de Campinas chegou até sete horas seguidas ontem (25)

Wilton Morais

Apesar de adesão significativa ao novo modelo de contrato médico, em Goiânia. Adesão de 515 médicos, 35 a mais que o modelo antigo de contratação. A população que procurou atendimento no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Campinas, ontem (25), saiu frustrada. Muitos desistiram do atendimento e outros esperaram por mais de sete horas. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os pacientes são atendidos conforme a classificação de risco, o que causa a demora. Dessa forma, os pacientes com casos de maior gravidade têm o atendimento priorizado.

“Só tem um clinico geral atendendo. Eu preciso fazer exames para ver se estou com dengue, estou com muita dor no corpo”, disse a aposentada Lucimar Deodoro da Silva. Lucimar esperou por sete horas seguidas para ser atendida. “Estou aqui desde as 7h30”, disse a mulher que às 15h40 foi chamada para o atendimento.

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“Estou sem almoço, com uma pedra na vesícula e muita dor”, disse a dona de casa Lucidalva da Silva Oliveira. “Preciso sarar de uma anemia para marcar a cirurgia da vesícula”, complementou a mulher que esperava desde as 9 horas. 

“Mandaram-me esperar e pronto”, contou o aposentado Benedito Nunes Oliveira. “Peguei pneumonia há alguns dias. Agora estou com muita dor de corpo e cabeça”, relatou. Ao ser questionado se estava disposto a esperar pelo atendimento, Benedito respondeu que “não adianta extrapolar a situação”.

Atendimento 

“A gente não tem culpa”, disse a recepcionista do Cais. No balcão, a população esperava por uma resposta pelo atendimento. 

A reportagem procurou a direção da unidade, sem a presença da diretora que teria se deslocado para o paço municipal, funcionários informaram que apenas um pediatra atendia a emergência e apenas um clinico geral estava responsável pelo atendimento de porta. O clinico estava escalado para atender pacientes de risco, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e consultas. Outro medico cuidava da estabilização.

Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que para o período diurno de ontem (25), haviam seis médicos na unidade. São dois a mais do que o informado por servidores da unidade – um pediatra, três clínicos, um intensivista e um cirurgião.

Caso de polícia

Na segunda-feira (24), uma senhora teve que chamar a polícia para garantir o atendimento médico ao neto. O menino só foi atendido quando os policiais chegaram à unidade. No site da pasta, a previsão para o dia era de seis médicos para emergência e dois pediatras. 

Apesar da previsão, a pasta informou que atendiam no Cais de Campinas cinco médicos. Desses, três eram pediatras. Já na madrugada de segunda para terça, haviam apenas quatro médicos atendendo – dois clínicos gerais, um pediatra e um intensivista.

Por telefone, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) informou que não esta se posicionando em relação ao novo modelo de contrato e os reflexos na saúde do município.   

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