Procura-se um lar para pets

Solidária a essa causa, Lívia Maria Borges Calassa, 51 anos, professora, graduada em letras, especialista em literatura brasileira e portuguesa, mantém uma espécie de projeto pessoal em Goiânia

Postado em: 16-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Solidária a essa causa, Lívia Maria Borges Calassa, 51 anos, professora, graduada em letras, especialista em literatura brasileira e portuguesa, mantém uma espécie de projeto pessoal em Goiânia

Raunner Vinícius Soares*

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Existem mais de 10 Organizações Não Governamentais (ONGs) que recolhe cachorros e gatos em Goiás. Entre elas estão a Miau Auau, Associação pela Redução Populacional e Contra o Abandono de Animais (ASPAAN), Arpabrasil, Vira Gato, SOS animal, Recanto dos Pit Bulls e vários outros. Fora as organizações com cunho filantrópico, existem pessoas que se preocupam com estes animais recolhendo eles por conta própria. Mas o que é comum entre os dois é que ambos busca promover, por meio de ações e campanhas educativas, a consciência da posse responsável, do bem-estar animal e da prática da adoção, combatendo e denunciando o abandono e os maus tratos aos animais com o objetivo de aprimorar as relações homem-animal, cada qual com a possibilidade dos seus recursos.

Segunda a lei Federal 9.605/98 e o artigo 32, quem praticar abusos, maus tratos, mutilar ou ferir animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos e exóticos pode pegar de três meses a um ano de prisão e pagamento de multa, em caso de morte a pena pode ser aumentada. Os exemplos de maus tratos aplicam aos casos de abandono, deixar sem ventilação ou luz solar, manter em locais pequenos e anti-higiênicos e não dar água e comida diariamente.

A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana. 

Solidária a essa causa, Lívia Maria Borges Calassa, 51 anos, professora, graduada em letras, especialista em literatura brasileira e portuguesa, mantém uma espécie de projeto pessoal em Goiânia para acolher e direcionar animais abandonados. 

Lívia Maria relata que o projeto é sem administração, sem idealização, algo que não se deu conta que estava fazendo. “Há cinco anos eu passei a morar em um sitio, e me veio um amor muito grande aos animais. Nunca gostei de gatos, o meu afeto era sempre direcionado para cães, mas nunca tinha tido também, porque morava em um apartamento. Então, eu ganhei uma gata de uma aluna, e as coisas foram tomando uma proporção que eu não dava conta de parar. Todos os gatos que via na rua, todos os cachorros, eu recolhia”, afirma a professora.

“Se me perguntar, ‘você já colocou no papel quanto gasta?’, ou ‘você já se perguntou o que pretende com isso?’ Eu não tenho tempo. Não era para ser dessa forma, porque agora o meu casamento está por um ‘fio’, as dividas são inúmeras. Por mais que eu trabalhe, não há dinheiro que sustente minhas necessidades de ajudar. Não dou conta de me entender, por mais que esteja endividada, quando vejo um animal em situação de vulnerabilidade tenho que ajudar”, se emociona. 

A protetora retira o animal da rua, cuida, leva para clínica, e gasta do próprio salário com cirurgia, castração, vermificação e vacinação, porque só assim é possível que este animal seja adotado. Com alguns animais o afeto foi maior então acabou ficando com eles. “Não consigo me organizar, todos os meus ganhos são direcionados para os animais. E, infelizmente, meu marido, por melhor marido que seja, não consegue gostar de animais”, admite Lívia.

Ela conta com a colaboração de vários protetores para recolher estes animais de rua, mesmo que, segundo ela, tem vontade de levar todos para a casa, porém, dado que já possui muitos animais o seu marido a proibiu. “Como eu não posso trazer os animais para casa, eu tenho amigas que ficam com pena e leva os animais para a própria casa. Eu tenho animais em muitas casas de amigos do meu setor”, pontua.

Segundo a professora, todos estes protetores estão muito endividados também, virou uma compulsão. “A minha avó, de cerca de 90 anos, me chama de São Francisco, mas acontece que fico dividida nessa classificação. Não sei se sou louca, ou boa, porque para mim a bondade, a caridade, é uma necessidade”, garante, com a voz enrouquecida. 

Neste momento a professora está de licença da escola para fazer um mestrado, e estuda à tarde, mas de manhã e à noite está na luta andando pelos bairros. “Meu marido crítica e diz, ‘essa licença e para quê? foi para estudar ou foi para acolher este bando de doido que ficam atrás de animais machucados pela rua?’”,  ao se referir das pessoas que a ajudam.  

Conscientização é fundamental para evitar mais animais abandonados pelas ruas    

A professora e voluntária Lívia Maria Borges faz um papel de conscientização com seus alunos, segundo ela, é muito importante que as crianças entendam o quanto a vida é importante. “Eu acho que mudei o pensamento dos meus alunos neste sentido. O animal é criação de Deus, e Deus se agrada daquele que cuida da criação dele. Tive que emocionar minha classe que, infelizmente, é muito pobre de cultura e informação. Tem hora que faço um drama na sala de aula para que eles possam perceber a importância de amar o próximo, um cachorro, ou gato”, diz Lívia. 

Quando os pais dizem que ela está forçando os seus filhos a gostarem de animais. “Eu dou aula há 32 anos, e percebo uma crescente forma totalmente errada de educar. Hoje vejo que a afetividade, sensibilidade, emotividade dos adolescentes, simplesmente, se resume em orgasmo e bebedeiras. Eu penso que o animal ensina a criança a preocupar-se com o outro, a zelar do outro, a sentir afeto, porque os pais não têm tempo de ensinar isso. Preferem dar celular, mas amor só ensina se amando”, explica a professora. 

“Ou seja, os pais dão tablet, escola cara, mas isso não representa afeto. Eu comecei a perceber que a conscientização seria um bom caminho para humanizar as pessoas. E nesse humanizar as pessoas, me senti tocada também, porque foi me incomodando a maldade cotidiana. ‘Tira esse bicho daqui’, as pessoas falavam”, se indigna a professora. 

A professora não sabe o porquê, mas acha que a necessidade da maternidade ajudou muito, porque aos 45 anos, descobriu que não poderia ter filhos. Até então, nunca tinha pensado em ter filhos, e por isso ficou muito chateada. Os médicos disseram que era impossível. “E o amor veio porque eu sempre gostei do mais fraco, ajudar o mais fraco. E por isso amo os animais”.  

Pets dançam quadrilha em evento inédito na Capital  

Apesar de andarem em quatro patas os pets também irão pular quadrilha. Essa pelo menos é a proposta do We Pet – Uma Festa Caipira, evento gratuito e aberto ao público que será realizado neste sábado (16) no Pet Place Gaia, situado no encontro das ruas T-29 e T-44, no Setor Bueno. 

A programação prevê brincadeiras para a criançada, e claro, também para os pets, um bate-papo sobre comportamento canino com o médico veterinário Rafael Gustavo Pinheiro, espaço de beleza para animais, barraquinhas e espaço gastronômico, e mais:  presença de dog influencers, animais que fazem um grande sucesso nas redes sociais.

Os cães da creche da We Pet também farão um desfile. Eles vão estar com fantasias alusivas ao período junino. Entre as brincadeiras para o público em geral haverá um bingo com prêmios para os pets. 

Para que ninguém fique com fome para participar de todas as atrações, será montada uma mini praça de alimentação com os food trucks e pipoca à vontade para a criançada na área voltada aos pequenos. “Nós também teremos brincadeiras para descobrir o cachorro que sabe mais truques. Então, será um evento para toda a família da criança, os pais e os pets”, acrescenta Rafael Gustavo Pinheiro. 

Organizações Não Governamentais que ajuda os animais em Goiânia: 

Grupo Miau Auau

E-mail: [email protected] 

Facebook: Grupo Miau Auau

Eventos: Feira de adoção dia 03/04 no Plaza D’Oro Shopping. Mais informações pelo facebook ou no e-mail [email protected]

ASPAAN – Associação Protetora e Amiga dos Animais

e-mail: [email protected]

Site: http://www.aspaan.org.br

Facebook: Aspaan Goiânia

Associação pela Redução Populacional e Contra o Abandono de Animais

Eventos: Programa de castração solidária, informações e inscrições pelo e-

mail: [email protected]

ou telefones: (62) 3922-6684 / 8579-1942 / 9305-7769 / 9963-2927 / 8281-4813

E-mail: [email protected]

Facebook: ARPA Brasil

Site: http://www.arpabrasil.com.br/

Projeto Vira Gato

blog: http://blogvivagato.blogspot.com.br/

e-mail: [email protected]

Facebook: Projeto Vira Gato

SOS Animal

e-mail: [email protected]

Facebook: SOS Animal

Recanto dos Pit Bulls

Site: http://www.recantodospitbulls.com.br/

Facebook: Recanto dos Pit Bulls

UPAH – União Protetora de Animais de Hidrolândia-GO

e-mail: [email protected]

Facebook: UPAH

União Protetora dos Animais de Pirenópolis-GO

Doações: Upapiri, C/c: 18.202-8 , Ag: 1114-2 , Banco do Brasil

Facebook: Upa Piri

Casa do Melhor amigo

Doações: Banco Bradesco, C.C. 13884-3, Ag. 1245.

e-mail: [email protected]

facebook: Casa do Melhor amigo

Grupo de Amparo aos Animais de Catalão

Blog: http://gaacatalao.blogspot.com.br/

facebook: Gaac 

e-mail: [email protected]

Facebook: OPA terezópolis

ARPA Rio Verde 

e-mail: [email protected]

facebook: ARPA Rio Verde 

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