Idosos são alvos fáceis de criminosos

Thiago Costa 

Idosos têm sido presas fáceis para criminosos que pretendem ganhar vantagem ao público que é considerado vulnerável. O tempo todo essas vítimas são atraídas com as mais diversas propostas milagrosas, seja por telefone ou pela internet, já que esse público já se encontra inserido no mundo virtual, o que facilita mais ainda a ação dos criminosos. 

Em Anápolis, uma idosa perdeu todo o dinheiro da aposentadoria após cair em um golpe do “achadinho”, há alguns meses. Após sacar todo o dinheiro para passar o mês, duas mulheres se aproximaram e deixaram uma bolsa cair no chão e a idosa as entregou o objeto. Uma das suspeitas então lhe disse que precisava agradecer o bom gesto, a levando a uma loja que a idosa receberia sua recompensa, um kit de beleza e a quantia de R$ 100.  A suspeita entrou na loja enquanto a outra mulher acompanhava a mulher do lado de fora. 

Quando a suspeita voltou de dentro da suposta loja para a retirada da recompensa que ela teria comprado para a idosa, as mulheres informaram que a vítima não poderia entrar com a bolsa no estabelecimento e, a idosa, em sua inocência, entregou-as sua bolsa e entrou no local. Quando voltou, percebeu que as mulheres não estavam no local e haviam levado sua aposentadoria. A idosa procurou as autoridades do município. 

O advogado e especialista em Direito do Consumidor, Dori Bocault, explica os principais meios que os criminosos buscam aplicar os golpes contra os idosos. “Atualmente, os picaretas e vigaristas estão usando a internet porque o idoso já está bem conectado. E o idoso é uma pessoa que sempre trabalhou, sempre confiou nas pessoas, com isso acredita que do outro lado da tela tem alguém com uma oferta maravilhosa, milagrosa. Ou também por telefone, eles ligam e oferecem diversos prêmios, facilidades ou pedem para confirmar os dados e, às vezes, eles não têm os dados. Se eles têm os dados, você fica quieto, quem tem que falar os dados são eles, não pedir pra mandar pra lá”.

Operação

A operação Strike da Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) prendeu cinco pessoas em Goiânia, nesta sexta-feira (7). O grupo de criminosos, que aplicava golpes em idosos, foi transferido para Brasília na tarde de sexta, logo após as prisões dos suspeitos na capital de Goiás. O grupo alvo da Operação agia no DF, em Goiás, em Minas Gerais, em Pernambuco, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

As vítimas eram atraídas pelos criminosos que se passavam por integrantes de associações de servidores federais que os idosos participavam, como por exemplo do Poder Judiciário ou Receita Federal. Os criminosos entravam em contato com as vítimas e informava a elas que em seus nomes havia saldos positivos que elas deveriam receber de ações judiciais. Os chamados precatórios. 

Para dar mais credibilidade à ação criminosa, os integrantes da quadrilha dividiam suas atribuições na tentativa de ser mais convincente na persuasão de seus alvos. Uma idosa que mora no Distrito Federal chegou depositar a quantia de R$ 96 mil para o grupo. 

Para o presidente da Comissão de Defesa do Direito do Idoso da OAB de Minas Gerais, Cláudio Mota, os golpes mais comuns são por telefone, internet e pessoalmente. “Os golpes hoje são extremamente inovadores e repetitivos. Jamais forneça informações pessoais e não confie em pessoas estranhas durante movimentações bancárias. Não passe informações por telefone, em qualquer hipótese. Quando você receber uma ligação e receber perguntas, devolva essas mesmas perguntas para quem te ligou”, disse. 

Ele afirma que é esse tipo de perguntas que cria no golpista a dificuldade e ele acaba desistindo do golpe.