Governo investiga empresa de segurança que atua no Carrefour

Empresa terceirizada responsável vigilância da unidade em Porto Alegre tem como sócio um policial militar de São Paulo | Foto: Reprodução

Postado em: 23-11-2020 às 11h30
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: Governo investiga empresa de segurança que atua no Carrefour
Empresa terceirizada responsável vigilância da unidade em Porto Alegre tem como sócio um policial militar de São Paulo | Foto: Reprodução

A
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que iniciou na
tarde do sábado (21) uma “apuração rigorosa” no quadro societário e
de funcionários da empresa Vector Segurança Patrimonial, empresa terceirizada
responsável vigilância da unidade do Carrefour, em Porto Alegre, onde ocorreu o
espancamento e morte de João Alberto Silveira Freitas, cidadão negro, de 40
anos de idade, na noite do dia 19 de novembro.

A apuração
vai verificar infrações à Lei nº 10.261 (Estatuto do funcionalismo público do
Estado de São Paulo) e à Lei Complementar nº 893 (Regulamento Disciplinar da
Polícia Militar). O regulamento disciplinar define como transgressão
disciplinar grave “exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o comércio ou
tomar parte na administração ou gerência de sociedade comercial com fins
lucrativos ou dela ser sócio, exceto como acionista, cotista ou comanditário”.

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Segundo
pesquisa na Junta Comercial de São Paulo, a cabo da Polícia Militar de São
Paulo Simone Aparecida Tognini aparece na ficha cadastral da empresa como
sócio-administrador da empresa Vector Segurança Patrimonial.

“Todos os
casos que forem constatados terão a abertura imediata de procedimentos
administrativos”, diz a nota  da SSP-SP

Outro lado

A Agência
Brasil entrou em contato com a empresa Vector Segurança Patrimonial para
comentar sobre a apuração da SSP, mas até o momento não teve retorno.

No site da
empresa, o grupo informa, em nota, que lamenta profundamente os fatos ocorridos
no Carrefour de Porto Alegre. “O Grupo Vector lamenta profundamente os fatos
ocorridos na noite de 19/11/2020, no Carrefour de Porto Alegre, se sensibiliza
com os familiares da vítima e não tolera nenhum tipo de violência,
especialmente aquelas decorrentes de intolerância e discriminação.

Comunica
que rescindiu por justa causa os contratos de trabalho dos colaboradores
envolvidos na ocorrência. ”Não obstante, a empresa tomará as medidas cabíveis,
estando à disposição das autoridades e colaborando com as investigações para
apuração da verdade”, diz a nota.

A empresa
esclareceu, ainda, que não atuava na área de vigilância do supermercado, mas
sim na fiscalização de prevenção e perdas.

A nota diz,
por fim, que o “Grupo Vector, fundado em 1993 e com cerca de 2.000
funcionários, submete seus colaboradores a treinamento adequado inerente às
suas atividades, especialmente quanto à prática do respeito às diversidades,
dignidade humana, garantias legais, liberdade de pensamento, bem como à
diversidade racial e étnica”. (ABr)

 

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