Museu Antropológico inaugura reformas com nova exposição em Goiânia

A exposição “Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG” marca a revitalização do prédio | Foto: Divulgação MA/UFG

Postado em: 21-12-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A exposição “Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG” marca a revitalização do prédio | Foto: Divulgação MA/UFG

Da Redação

O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (MA) completou 50 anos de existência em 2020. Para celebrar a data, o órgão inaugurou sua mais nova exposição que levou dois anos para ser montada: “Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG”.

O vice-diretor do MA Diego Teixeira ressaltou a importância que pesquisas antropológicas sejam feitas de forma colaborativa, como ocorreu na montagem dessa exposição. O diretor do MA, Manuel Lima Filho agradeceu a todos que auxiliaram na montagem da exposição, dos coletivos, comunidades, passando pelas empresas terceirizadas até a gestão. Lembrou também os diretores que passaram pelo MA ao longo dos 50 anos. 

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Ressaltou os últimos acontecimentos na vida cultural e também ambiental no Brasil, desde a tragédia do Museu Nacional até a tragédia de Brumadinho, passando pelos inúmeros brasileiros que se foram devido à Covid-19 e enfatizou que ‘devemos persistir e não desistir’. “Museu é uma casa de ciência, lugar de reflexão, partilha e extroversão de conhecimentos, mas também uma potente arena de celebração da vida”, ressaltou o professor. 

A vice-reitora Sandramara Matias Chaves destacou a missão da Universidade em incluir pessoas que historicamente foram excluídas e o papel do MA em auxiliar nessa inclusão. “A UFG demonstra seu compromisso social e o museu é uma expressão dessa ação guardando as mais diferentes ações culturais em suas exposições”, expõe.

A exposição está aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, assim que as atividades da UFG estiverem normalizadas. Uma modalidade virtual da exposição está sendo estudada para ser disponibilizada no site do órgão.

Exposição 

A exposição “Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG”, retrata a trajetória do Museu no período compreendido entre os anos de 1969 a 2019 expondo ao público, os resultados das pesquisas e estudos realizados na região do Brasil Central durante os seus 50 anos de existência.

Coordenada pela museóloga Bárbara Freire Ribeiro Rocha, a exposição foi concebida com a participação de servidores, estagiários e pesquisadores associados do MA e curadoria compartilhada com interlocutores de povos indígenas, quilombolas e coletivos urbanos. As temáticas dos módulos expositivos, conta com uma seleção de objetos que fazem parte do acervo do Museu, composto por aproximadamente 200 mil testemunhos arqueológicos, seis mil artefatos etnográficos e oito mil documentos incluindo fotografias, desenhos e mapas. 

Por meio desse acervo, o público visitante pode conhecer sobre os patrimônios culturais de Goiás e da região central do Brasil, compreender as relações entre lugares, pessoas e objetos que criam processos culturais aos diferentes modos de viver e fazer dos grupos humanos que ocuparam e ocupam a nossa cidade e região, e ainda, vivenciar experiências educativas e lúdicas nos vários espaços do Museu. 

Percurso de visitação começa ainda no jardim  

A exposição tem início no jardim do Museu – Módulo 1 –, de onde pode-se experienciar a natureza, participar de atividades lúdicas e didáticas como oficinas de argila, pintura, contação de histórias, lazer, convivência e escavar o sítio arqueológico simulado que possibilita descobrir objetos arqueológicos experimentais. Continuando o percurso do jardim, há que se conhecer a biblioteca e o seu acervo e ainda, usufruir dos espaços para leitura e estudos existentes.

Subindo a escada com nomes de sítios arqueológicos que dá acesso ao primeiro andar pode-se ver a exposição de longa duração “Lavras e Louvores”, e no corredor ao lado, o Módulo 2 da exposição, onde são apresentados painéis fotográficos que expressam a diversidade das pesquisas e das ações sócio-educativas e culturais realizadas pelo museu.

Ainda no hall do primeiro andar, de onde pode-se contemplar a vista para o Jardim das Descobertas e admirar a visão panorâmica da cidade, seguindo pelo corredor principal, está localizada a área administrativa do Museu, cujas instalações foram modernizadas.

À direita, pode-se ver o Módulo 3, sala amarela, – espaço especialmente criado para mostrar a integração entre as pessoas que ocupam o Museu de diferentes maneiras. Nela, são mostrados objetos, coletados em expedições e projetos desenvolvidos ao longo desses 50 anos, e outros emprestados ao Museu, que expressam os saberes e práticas dos povos Indígenas Karajá, Xavante, Xerente, Waurá e Bororo e os Kalunga do Vão do Moleque e do Vão de Almas. Sem dúvida, um encontro que reflete sobre o modo de vida desses povos na nossa região. Nessa sala estão também os artefatos que representam o Coletivo Desencuca e Hip Hop de Goiânia.

A escadaria com nomes de grupos indígenas rumo ao segundo andar onde encerra-se a exposição, tem-se acesso não só a outras áreas do Museu, entre elas, as Reservas Técnicas Etnográficas, o Laboratório de Conservação e Restauro, o recém-inaugurado Laboratório de Restauro de Papéis, mas também a uma outra área expositiva -, o Módulo 4, que revela em seu percurso, a história do Museu Antropológico ao longo dos seus 50 anos, por meio dos testemunhos contidos nos materiais, nos textos, nos objetos expostos, e nas ações realizadas por muitas pessoas, desde sua inauguração em 1970, até os dias de hoje.

“Seja produzindo e trocando saberes; fazendo pesquisas; empregando técnicas de conservação, restauro, guarda, documentação; promovendo oficinas de ações educativas e recebendo o público e, ainda, escrevendo artigos, livros e elaborando documentos audiovisuais. São, portanto, 50 anos de atividades que fizeram e ainda fazem parte da história do Museu Antropológico. Vale a pena conhecer e experimentar esse fascinante universo de um museu universitário público e de seus entre-lugares como instituição produtora de conhecimento e promotora de ações educativas e culturais que favorecem a diversidade cultural e social em nossa região, além de convergência de sociabilidades e de lazer na nossa cidade”, enfatiza Manuel Lima Filho, antropólogo e diretor do órgão. 

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