USP revela perfil de quem acredita e compartilha fake news na internet

Nielton
Soares

“Rede Globo
pertence a três países árabes”, “presidente do PT, Gleisi Hoffmann, instruiu militantes
do partido a recusar ajuda do governo” e “o canal CNN noticiou que o ex-juiz
Sergio Moro recebera propina para beneficiar doleiros”. Esses três textos são
falsos e foram entregues para dois grupos de 500 eleitores cada um.

Eles foram entrevistados por pesquisadores da Universidade
Paulista de São Paulo (USP) para testar o percentual daqueles que acreditaram
nelas. Além disso, foram questionados quais os meios de comunicação que se
informavam, ao menos, quatro vezes por semana. Àqueles que mencionaram o jornal
impresso de qualidade tendem a acreditar 17% a menos em notícias falsas em
relação a quem não lê.

Já entre sites do jornalismo profissional, o percentual chegou
aos 15 pontos a menos na crença em fake news. Já em relação ao telejornalismo,
das duas principais emissoras do país, quem citou que se informa pela TV Globo,
o número foi de 10 pontos, enquanto, pela TV Record, a quantidade de quem
acreditou nas fake news ficou em 24 pontos.

A pesquisa foi conduzida pelos acadêmicos Frederico Batista
(Universidade da Carolina do Norte – Charlotte), Felipe Nunes (UFMG) e Nara
Pavão (UFPE). Agora com os resultados, eles pretendem publicar um trabalho
científico sobre o assunto.

Checagem

Nesse contexto, vários sites se especializaram para checar
informações disseminadas nas redes sociais. O Hoje selecionou cinco deles:
E-Farsas, Fake Check, Agência Pública – Truco, Agência Lupa e Fato ou Fake.

E-Farsas

O site E-Farsas foi lançado em 2001, sendo um dos mais antigos e
responsável por avaliar boatos espalhados diariamente nas redes sociais. Depois
da averiguação, um post é feito para que as pessoas possam ter acesso ao
conteúdo.

Fake Check

O detector de notícias falsas Fake Check é uma parceria entre
pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). A plataforma usa aprendizagem de máquina e inteligência
artificial para checar se uma notícia é verdadeira ou falsa. O internauta pode
fazer consultas sobre fake news pelo WhatsApp do grupo:  (21) 97305-9827.

Agência
Pública – Truco

Fundada por mulheres jornalistas, em 2011, a Agência Pública
verifica notícias com temas sobre a administração pública e defesa dos direitos
humanos. A plataforma avalia, por exemplo, discursos de políticos,
classificando-as em diversas categorias como verdadeiro, sem contexto,
discutível, exagerado, subestimado, impossível provar ou falso.

Agência
Lupa

Diante de uma notícia duvidosa, basta mandar a
mensagem para o Messenger, no Facebook, da Agência Lupa, que o bot irá
responder com uma checagem se a informação é verdadeira ou falsa.

Fato ou
Fake

Por vez, o Fato ou Fake, criado pelo grupo Globo – envolvendo
diversos meios de comunicação, como Época, Extra, G1, CBN, Época, Extra, TV
Globo, GloboNews, Jornal O Globo e Valor Econômico – realizado apuração de fake
news muito compartilhadas de diversos assuntos. Além disso, atende por but do
WhatsApp: (21) 9.9474-1741. (Especial para O Hoje)