Busca por concursos públicos cresce 40% ao ano

Candidata explica porque escolheu o setor público como opção número um de trabalho

Postado em: 29-04-2019 às 17h20
Por: Redação
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Candidata explica porque escolheu o setor público como opção número um de trabalho

Da Redação

A carreira pública, para muitos brasileiros, é um sonho antigo. Estabilidade financeira, salários vantajosos, flexibilidade de horários, possibilidade de crescimento. Bom, essas são apenas algumas das vantagens que, na verdade, funcionam como  combustível para impulsionar os estudos de candidatos que buscam por melhores condições de trabalho. 

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E esse desejo incessante amplia de tempos em tempos. De acordo com a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (ANPAC), o crescimento do número de pessoas que almejam fazer concurso é de 40% ao ano. Entretanto, o desafio para alcançar a tão sonhada vaga é grande e exige muita dedicação. 

Expectativas e estratégias de preparação 

Para Luiza Rocha, estudante de Direito e concurseira há quatro anos, a preparação sempre foi carregada de expectativas. A princípio, resolveu procurar os concursos por imaginar que poderia garantir sua estabilidade e de seus familiares mais rapidamente. Ocorre que, de uns anos para cá, e com a experiência adquirida, percebeu que não é assim que o processo funciona. 

Luiza é de origem humilde e na sua  família materna será  a primeira a ter um curso superior. Como sempre teve que trabalhar para manter seu sustento, aprendeu a conciliar o trabalho, a faculdade e a preparação para o concurso, mesmo sabendo que as horas disponíveis de estudo eram bem abaixo do ideal.

A estudante de Direito considera que, independente do tempo disponível para se dedicar ao concurso, a  preparação envolve estratégia e plano de ação, o que começa muito antes da publicação do edital. “As decisões começam na escolha do cargo e da área que pretende trabalhar. Não dá para pular de galho em galho e atirar para todos os lados, correndo o risco de não atingir nenhum alvo, se frustrar e perder tempo”, conta. 

A busca por editais antigos, a noção da concorrência, da quantidade de vagas, do conteúdo cobrado, se o último concurso já venceu ou está para vencer são etapas posteriores. “E não é só isso, o cotidiano político interfere e muito na rotina dos concurseiros, pois é nas leis orçamentárias que podemos ter uma base se poderá ou não ocorrer o lançamento do edital desejado”, complementa. 

A importância de conhecer seus direitos

Entender e buscar pelos seus direitos é outro ponto que Luiza considera muito importante, pois já se viu diante de uma situação que necessitou recorrer à justiça. Em Março de 2012, ela realizou o seu primeiro concurso e foi aprovada na 4ª colocação, entretanto, haviam apenas três vagas para o cargo. Após o encerramento do prazo de validade do concurso, foi identificado que apenas dois candidatos foram chamados e o Ministério Público de Goiás (MP-GO) solicitou a convocação do 3º colocado, que não tomou posse. 

Como Luiza era a próxima da lista, surgiu o seu direito de ser nomeada e empossada, porém foi impedida de realizar a perícia médica com a justificativa de que havia um erro na sua inscrição. “Entrei com mandado de segurança exigindo o meu direito de tomar posse e após sentença e julgamento do caso, fui chamada para realizar a perícia novamente e posteriormente assumir o cargo”, conta feliz. 

A dica do especialista 

Agnaldo Bastos, advogado e especialista em causas envolvendo concursos públicos, explica que, muitas vezes, a falta de informação se torna o grande pivô do distanciamento entre candidato e cargo público. A cada ano o interesse dos brasileiros por oportunidades no setor público aumenta, mas nem sempre as estratégias de preparação se modificam.

É fundamental que os participantes tenham conhecimento não somente das provas, editais e perfis dos concorrentes, mas também sobre as mudanças que estão acontecendo no contexto político e econômico. “Recentemente, o presidente do Brasil anunciou um possível congelamento de verbas para 2020, se isso realmente acontecer, interferirá diretamente em novas contratações e abertura de certames, o que deve impactar também no plano de ação dos candidatos”, orienta. 

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