Quinta-feira, 28 de março de 2024

‘Um instrumento que relata o folclore e a cultura’

Chico Chagas conta sua história por meio do piano e do acordeon, nesta terça, no Teatro Sesi

Postado em: 16-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Chico Chagas conta sua história por meio do piano e do acordeon, nesta terça, no Teatro Sesi

Sabrina Moura*

Ele é de uma família de acordeonistas que mantém viva a tradição do instrumento, desde o seu tataravô, e, segundo ele mesmo afirma, o contato com o instrumento veio em seu DNA. Chico Chagas apresenta, nesta terça-feira (16), no Teatro Sesi, um show solo – com  acordeon e piano – que retrata a sua história enquanto morou em Goiânia.

O artista relembra que começou a tocar muito cedo, aos 6 anos, e, na realidade, o seu interesse nem foi diretamente pelo acordeon; foi pela música.“O acordeon eu toquei na primeira vez que eu o peguei – não muito bem, mas toquei – e, depois, eu estudei outros instrumentos como saxofone, trompete, violão. Mais para frente, me aprofundei nos estudos de piano, voltando a tocar o acordeon, profissionalmente, aos 23 anos, quando já morava no Rio de Janeiro. De lá para cá, eu não larguei mais”, conta ele.

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Carreira

Chico Chagas é acordeonista, pianista, baixista, compositor, arranjador, e já tocou com grandes nomes da música nacional e internacional. “Fui estudar acordeon em Londres, onde conheci muita gente, já que eu viajei bastante, tocando em muitos países, aumentando meu networking e, consequentemente, também os convites. Continuei trabalhando no Brasil, e mandava meu material para fora, para algumas pessoas que cuidam de festivais. Inclusive realizei, no início deste ano, uma turnê por Israel. Além disso, estou indo, em setembro, representar o Brasil em um festival de acordeon na Itália”, revela ele. “A nossa música, a música brasileira, é muito respeitada lá fora, e eu levo no repertório basicamente as músicas que nós já estamos acostumados, aqui, como o chorinho e o samba”, completa ele sobre as experiências internacionais.

Ao ser questionado sobre a importância de se manter viva a tradição do instrumento, Chico explica que oacordeon, ao lado do violão e da percussão, é o instrumento que melhor relata o nosso folclore e a nossa cultura; ele está inserido no Sul do Brasil, no Pantanal, em Goiânia, no choro carioca e no Nordeste: “Lá no Sul, por exemplo, é o símbolo da cultura gaúcha. Ultimamente, há muitos jovens querendo aprender o instrumento, e, depois que eles o pegam, eles observam sua história e aprendem sua origem. Esse é um instrumento que tem de ser mantido juntamente com a tradição da música brasileira”.

Durante sua trajetória, o artista já tocou ao lado de artistas como Elza Soares, Nana Caymmi, Adriana Calcanhoto, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Cássia Eller e Geraldo Azevedo. Gravou com Milton Nascimento, Boca Livre, Zé Renato, Simone, Maria Bethânia, Djavan, Beto Guedes, Martinho da Vila, Miúcha, Bezerra da Silva, Marina Lima, Elba Ramalho e Alceu Valença.

Como compositor teve músicas gravadas por Trio Forrozão, Nana Vasconcelos, Paulo Moura, Nicolas Krassik e Spok Frevo Orquestra. Ganhou prêmio de Melhor Show de Jazz, no Kaunas Jazz Festival, na Lituânia, ao lado do saxofonista Dave O’Higgins, eleito duas vezes o Melhor Saxofonista de Jazz do Reino Unido.

Apresentação

O artista, que já se apresentou em Goiânia interpretando Dominguinhos e Tom Jobim, vai falar, no show desta terça, um pouco da sua vida e de sua trajetória por aqui – além de levar alguns convidados com quem teve a oportunidade de trabalhar. “Essa apresentação vai ser uma noite recheada de estilos diferentes. Goiânia é uma extensão da minha casa. De todos os lugares em que morei – incluindo Rio de Janeiro, Londres, Alemanha e França –, onde fiz mais amigos foi em Goiânia. Tocar aqui é como tocar para os meus amigos; me sinto muito à vontade”, finaliza Chico Chagas.

(*Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

 

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