Dólar chega a R$ 4 com guerra comercial entre EUA e China
Depois de o governo Trump elevar para 25% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações, chineses anunciam retaliação aos norte-americanos
Por: Suzana Ferreira Meira
Da Redação
A semana começou com o
Ibovespa em queda, abaixo dos 93 mil pontos, acompanhando o recuo das Bolsas
externas, diante do clima de tensão provocado pelo impasse comercial Estados
Unidos e China.
Na manhã desta
segunda-feira (13) o Ibovespa tinha queda de 1,99%, aos 92.382,00 pontos. Na
sexta (10), o índice encerrou aos 94.257,56 (-0,58%). Dos 66 ativos do
Ibovespa, apenas Marfrig ON (0,94%) e BB Seguridade ON (0,04%) subiam.
No mesmo horário, o
dólar era cotado a R$ 3,9956, com alta de 1,27%. Na máxima desta manhã, chegou
a R$ 4,0052.
A China anunciou nesta
segunda que vai impor tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos a
partir de 1 de junho. A decisão é uma resposta ao aumento imposto pelo governo
de Donald Trump de 10% para 25% nas tarifas sobre US$ 200 bilhões de
importações chinesas na semana passada.
O temor de analistas é
que esse quadro tenso entre as duas potências mundiais contamine o desempenho
de outras economias do planeta. Os impactos econômicos com a nova escalada das
tensões comerciais entre EUA e China aumentam o risco de desaceleração da
economia mundial, observa o Bradesco.
“Não tem novidades
e as que têm são desfavoráveis. Sem perspectiva de alta na Bolsa hoje”,
diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.
Ele acrescenta que a
alta registrada nesta manhã na cotação do petróleo no exterior é o único fator
a dar algum alívio à B3, sobretudo às ações da Petrobras. Os papéis PN chegaram
a cair quase 2,00%, mas diminuíram o ritmo de perdas para -1,54%, às 10h54.
Vale ON cedia 2,13%.
No Brasil, a agenda
também está esvaziada. Os investidores continuam atentos ao noticiário
envolvendo a reforma da Previdência, especialmente na dificuldade do governo em
fazer articulação, diante da crise provocada entre membros do governo, filhos
do presidente Jair Bolsonaro e o “guru” do presidente, Olavo de
Carvalho.
Nesta segunda o boletim
Focus do Banco Central (BC) voltou a reduzir as projeções para o PIB desde ano,
de alta de 1,49% para 1,45%. Foi a 11.ª semana consecutiva de retração