Mãe aos 40: Executiva opta por maternidade tardia e não se arrepende

Autonomia sobre suas escolhas pessoais e profissionais sempre foi algo que Angelina Carvalho, diretora do grupo URBS, buscou em sua trajetória

Postado em: 09-05-2019 às 10h00
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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Autonomia sobre suas escolhas pessoais e profissionais sempre foi algo que Angelina Carvalho, diretora do grupo URBS, buscou em sua trajetória

Da Redação

Dados
da Estatística do Registro Civil de 2017 divulgados pelo IBGE destacam que os
casais estão, cada vez mais, optando por ter filhos após os 30 anos. Dos 2,86
milhões de nascimentos registrados no período analisado, mais de 35% dos casos
a mãe tinha mais de 30 anos, muito por conta da busca pela estabilidade no
emprego e do planejamento para constituir famílias. Outro número que cresceu
foi o de casais que optam em ter apenas um filho.

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O relatório Situação da
População Mundial, do Fundo de População das Nações Unidas (Unpa-ONU) de 2018
destaca que a família brasileira tem uma média de 1,7 filhos, menor que a taxa
da América Latina (2) e bem abaixo da década de 1960, quando a média alcançou
seis filhos por família.

A
executiva Angelina Carvalho, de 42 anos, é um exemplo típico dessa nova
realidade, bem diferente das gerações anteriores que se tornavam mães na
segunda década de vida. Devido à dedicação maior à carreira profissional, ela
postergou a ideia de formar uma família, pois além de não ter muito tempo,
também não tinha certeza se queria ser mãe. 

“Foi uma decisão super certa, de
esperar um pouco mais para ter um filho. Com a maternidade tardia pude
aproveitar mais a vida, tanto no trabalho quanto em viagens, me desenvolvendo
melhor como pessoa. Hoje me sinto preparada e segura para exercer esses dois
papéis, o de mãe e o de empresária”, esclarece.

A
executiva diz que as cobranças típicas que pesam sobre os ombros das mulheres,
como casamento, ter filhos, constituir família, nunca deixaram de existir,
porém ela conta que sempre buscou a autonomia sobre suas escolhas pessoais e
profissionais, sem se preocupar muito com os padrões sociais.

Graduada
em Farmácia, Direito e com especialização em Gestão Empresarial, Angelina
acompanhou de perto o empreendedorismo do pai, o empresário Luiz Roberto de
Carvalho, fundador do grupo URBS, da qual é uma das diretoras. Mas, mesmo tendo
um caminho aberto por seu pai no mercado imobiliário, Angelina não se furtou em
vivenciar suas próprias experiências e fazer por si só suas escolhas. “Antes de
atuar em definitivo no setor imobiliário, quis experimentar uma área diferente
e trabalhei por três anos como farmacêutica. Apesar de não ter seguido na
profissão achei importante ter tido essa liberdade de escolha”, pontua.

Maternidade

Enquanto
a vida profissional desenrolava, Angelina conta que era comum ser questionada
sobre a maternidade.  Mas, apesar das cobranças, ela soube fazer valer sua
decisão. O então namorado, hoje marido, por sua vez não fazia cobranças. Juntos
há 11 anos, a executiva conta que ele sempre entendeu sua posição. 

A
maternidade veio há cerca de uma ano e meio,  aos 41 anos, quando ela
definiu que havia chegado o momento. “É mais cansativo, não é tão fácil, mas
vale a pena viver essa relação de amor tão profundo”, conta a executiva sobre
ser mãe após os 40 anos. A carreira continuou coexistindo com a maternidade.
Ela voltou ao trabalho com apenas 15 dias após dar à luz.

A
executiva amplia o crescente hall de mulheres que optam por ter apenas
um filho, uma decisão, segundo ela, definitiva. E como muitas mulheres de hoje,
independente de classe social, Angelina precisou se adaptar para assumir dois
importantes papéis: o de empresária e o de mãe.  “Eu fico com ela um pouco
antes de ir trabalhar. Almoço em casa só para ficar com ela, antes eu quase não
comia em casa. E a noite eu só saio quando ela já está dormindo”, revela a
executiva, que conta ainda que a filha já entende que a mamãe precisa ir trabalhar. 

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