Planalto elabora ranking vinculando Caiado a mortes por Covid-19 em Goiás

Documento foi divulgado após o anúncio das 100 mil mortes por coronavírus no País e também expõe nomes de governadores de SP, RS, BA, porém omite o de Ibaneis Rocha| Foto: Reprodução

Postado em: 11-08-2020 às 10h00
Por: Redação
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Documento foi divulgado após o anúncio das 100 mil mortes por coronavírus no País e também expõe nomes de governadores de SP, RS, BA, porém omite o de Ibaneis Rocha| Foto: Reprodução

Eduardo Marques

O Palácio do Planalto elaborou um ranking com dados do Ministério da Saúde vinculando o número de casos e mortes pela Covid-19 a governadores e prefeitos, após o país ter ultrapassado os mais de 100 mil óbitos em decorrência da Covid-19. No entanto, a lista – que inclui o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), contempla apenas adversários políticos de Jair Bolsonaro (sem partido).

A lista é um “top 5” de locais com maior quantidade de “novos casos” e “novos óbitos” e utiliza informações divulgadas no sábado (8), justamente a data em que o Brasil superou a marca das 100 mil mortes pela pandemia.

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Ao lado dos indicadores, vem o nome de cinco governadores nos estados com maior número de casos, começando por João Doria (PSDB) de São Paulo, depois seguindo por Eduardo Leite (PSDB) do Rio Grande do Sul, e da Bahia, Rui Costa (PT). O nome de Ibaneis Rocha (MDB) do Distrito Federal foi omitido.

Goiás e Ronaldo Caiado constam na quarta posição dos estados com maior número de “novos casos”, com 2.008 mortes. A lista é liderada por João Dória (SP), seguido por Romeu Zema (MG) e Eduardo Leite (RS). Ronaldo ainda aparece à frente de Rui Costa (BA).

Em um levantamento de dados, o Governo do Estado destacou, no entanto, que Goiás ocupa o 21º lugar no ranking em mortes e casos em decorrência do novo coronavírus por 100 mil habitantes, perdendo apenas para Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. 

No ranking de municípios com o maior número de novos casos, o documento faz referência aos prefeitos de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), e de Salvador, ACM Neto (DEM).

Repassado pelo Planalto a parlamentares da base aliada, o material causou furor nessa segunda-feira entre deputados, que chegaram a considerar inicialmente que se tratava de “fake news”. Eles viram no material uma tentativa de Bolsonaro de se eximir das responsabilidades, ao mesmo tempo em que ataca governadores e prefeitos, e discutem se farão uma manifestação pública de repúdio.

Em nota oficial, a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política, disse que o documento tem o objetivo de “monitorar a disseminação da covid-19 nos entes federativos para auxiliar na articulação do governo federal”. O governo ainda não nomeou um novo ministro da Saúde e segue com um interino no cargo.

O jornal O Globo teve acesso ao documento e as informações são de que o documento foi distribuído na tentativa de municiar deputados aliados contra governadores e prefeitos que têm criticado a gestão da crise sanitária pelo governo federal.

Matéria atualizada em 11/08/2020 às 12:20 para acréscimo de informações do Governo do Estado 

 

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